O Vitiligo é uma patologia da pele que resulta da perda de células produtoras de melanina (melanócitos) presentes na camada superficial da mesma.
Localiza-se frequentemente em zonas expostas como a face (pálpebras e comissuras labiais) e nas mãos, o que pode levar a uma diminuição da autoestima do doente.
As causas para esta doença ainda não são totalmente conhecidas, mas a hipótese mais consensual é a da automunidade, uma vez que 15% a 25% das pessoas com Vitiligo têm associada outra patologia autoimune (hipertiroidismo, artrite reumatoide, diabetes tipo 1, psoríase…), enquanto que 10% dos doentes têm anticorpos contra melanócitos.
Por outro lado, parece haver uma predisposição genética, uma vez que cerca de 30% das pessoas com Vitiligo tem historial familiar da doença.
Afeta 1% a 2% da população mundial, na maioria dos casos adultos jovens, independentemente do sexo e do fototipo (tipo de pele).
O desenvolvimento do Vitiligo é imprevisível, sendo diferente de caso para caso e ao longo do tempo. No entanto, são raros os casos de uma progressão súbita da doença.
O diagnóstico é essencialmente clínico, podendo ser auxiliado pela luz de Wood (lâmpada de UV de baixo comprimento de onda), e confirmado por biópsia cutânea (recolha de amostra do tecido alterado da pele) que evidencia a ausência de melanócitos.
A proteção solar é indispensável para impedir as queimaduras solares nas zonas despigmentadas, assim como essencial para prevenir, a longo prazo, o cancro da pele. Além disso, e em fototipos da pele mais claros, o protetor solar impede que haja grande contraste entre as zonas despigmentadas e o resto da pele.
Não existe cura para o Vitiligo. Atualmente, existem várias abordagens terapêuticas que visam evitar a progressão da doença assim como induzir a repigmentação cutânea. Estes tratamentos devem ser individualizados e ter em consideração a localização e a atividade da doença.
São considerados a primeira linha de tratamento e consistem em cremes aplicados sobre as manchas despigmentadas para atrasar ou estabilizar a progressão da doença.
São uma alternativa com menos efeitos secundários do que os corticoides tópicos. O tacrolimus e o pimecrolimus em uso tópico têm também o objetivo de parar a progressão da doença.
Estes fármacos são utilizados para supressão da resposta imunitária e estabilização da doença.
O sol é a principal fonte desta vitamina. No entanto, esta não é a melhor forma das pessoas com Vitiligo obterem vitamina D. Em suplemento, o maior aporte de vitamina D ajuda a fortalecer o sistema imunitário, assim como a estimular a produção de melanina. A vitamina D em suplemento é muitas vezes utilizada em conjunto com fototerapia e corticoides tópicos.
A exposição a radiação ultravioleta (UVA e UVB) pode ajudar a inibir a destruição das células produtoras de melanina. Por outro lado, pode ainda estimular não só o aumento de melanócitos, como também promover a sua migração de zonas da pele não afetadas para áreas despigmentadas. O método mais comum denomina-se PUVA. Este envolve a toma de fármacos denominados psoralenos (em comprimidos ou cremes tópicos), combinado com luz UVA, podendo também incluir a própria exposição à luz do sol.
A utilização de radiação UVB de banda estreita é considerada a primeira escolha no tratamento para o Vitiligo generalizado. Além deste tratamento existe também uma técnica de microfototerapia com UVB, que consiste num feixe direcionado de radiação UVB às áreas afetadas pelo Vitiligo.
Consiste numa panóplia de cremes, bases, sprays e autobronzeadores que têm como objetivo esconder as manchas provocadas pelo Vitiligo. Nesta categoria incluem-se ainda técnicas como a micropigmentação e tatuagem, apesar destas serem desaconselhadas a quem tenha Vitiligo devido ao fenómeno de Koebner (proliferação das manchas a zonas circundantes das despigmentadas devido a trauma, pressão ou fricção).
Existem ainda outras abordagens terapêuticas, como por exemplo o laser ou cirurgia, que podem ser indicadas para alguns casos. No entanto, estes tratamentos têm uma aplicabilidade limitada em muitos casos de Vitiligo.
Apesar de existirem inúmeras terapias, na maioria dos casos a conjugação de tratamentos permite obter resultados animadores para muitas pessoas. O seu médico Dermatologista pode ajudá-lo na elaboração de uma estratégia terapêutica mais adaptada ao seu Vitiligo.
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