Outubro Rosa - Rastreio Cancro da Mama

data de publicação03 Outubro 2023 entrevista a
Vicência Bandeiras  |  Médica de Medicina Geral e Familiar

A Dra Vicência Bandeiras, médica de Medicina Geral e Familiar na Cintramédica, ajuda-nos a perceber a importância da prevenção, assim como o conhecimento dos fatores de risco que podem alertar para um rastreio em idade mais precoce. Saiba ainda como se realizam os exames de Mamografia Digital e Tomossíntese na Cintramédica, os mais indicados no despiste de cancro da mama.


Problema de saúde pública

Estamos no mês de Outubro, dedicado a homenagear as mulheres com cancro da mama e a sensibilizar todos, como sociedade para a prevenção e diagnóstico precoce do cancro da mama através do rastreio.
O cancro da mama é um grande problema de saúde pública. São detetados cerca de 7 mil novos casos anualmente em Portugal. É, obviamente, mais frequente nas mulheres, sendo que 1 em cada 100 casos de cancro da mama pode desenvolver-se no homem. Se diagnosticado e tratado precocemente, o cancro da mama tem uma taxa de cura superior a 90%.
 

Idades para rastreio do cancro da mama

O rastreio é feita a mulheres assintomáticas, com idade compreendida entre os 50 e os 69 anos, segundo as normas da Direção-Geral da Saúde. estas normas já remontam a 2011 e é feito com uma mamografia que depois deve ser repetida de 2 em 2 anos. À luz das novas recomendações europeias, e porque são diagnosticados tumores em mulheres com idades cada vez mais jovens, a Sociedade Portuguesa de Senologia recomenda que se alargue a faixa etária do rastreio para os 45 a 74 anos.


Exames de rastreio

Raquel Elias, Coordenadora Técnica de Radiologia na Cintramédica Sintra, refere que “o exame de mamografia traz alguma ansiedade às pessoas que nos aparecem aqui. Não só pela exposição do corpo, como também pelo exame que é realizado, em que temos de fazer um aperto da mama, mas essencialmente há ansiedade pelo resultado do exame. Cabe-nos a nós, enquanto técnicos de radiologia, tornar o exame o mais confortável possível para a utente e tentar tranquilizá-la. A utente é chamada na sala de espera, encaminhada para um vestiário, onde se pede para despir da cintura para cima. Após isso, explicamos-lhe o exame e realizamos a mamografia, com ou sem tomossíntese, que demora cerca de 5 minutos na sua totalidade.“
A mamografia é um Raio-X da mama que nos permite detetar tumores que possam existir. A tomossíntese, ou mamografia 3D, é um exame semelhante à mamografia convencional, mas que nos dá uma imagem 3D da mama, mais detalhada, permitindo-nos detetar mais tumores e com dimensões mais reduzidas. Temos assim uma melhor precisão no rastreio e no diagnóstico precoce.

 

Fatores de risco

São conhecidos vários fatores de risco no aparecimento do cancro da mama. Um deles é a idade, sendo que 80% dos casos ocorrem em mulheres com mais de 50 anos. Sabemos também que é maior o risco de termos cancro numa das mamas quando já tivemos um problema na outra. Há também a transmissão de genes pelos pais que também são responsáveis de 5% a 10% do aparecimento do cancro da mama, sendo que nestes casos é importante haver um aperto e um rastreio mais precoce nas familiares. Por outro lado, a obesidade e o excesso de peso, uma alimentação desequilibrada, rica em gorduras, o consumo de tabaco ou de álcool em excesso, são responsáveis por cerca de um terço das mortes por cancro da mama, segundo revelam alguns estudos. Mudar de hábitos é essencial na prevenção do cancro da mama.


Conhecer o seu risco individual

Apesar de haver uma idade recomendada para realizar o rastreio do cancro da mama, o risco é individual e diferente de mulher para mulher. Deve consultar o seu médico assistente ou ginecologista para ser alertada sobre a idade em que deve fazer uma primeira mamografia. Deve também fazer o autoexame da mama e se encontrar alguma alteração, alguma anomalia, deve consultar o seu médico. A prevenção e o diagnóstico precoce são essenciais para o sucesso do tratamento. O cancro da mama não acontece só aos outros. Fazer o rastreio é dizer “sim à vida”. Cuide de si.

Entrevista a

Vicência Bandeiras

Médica de Medicina Geral e Familiar