O ataque cardíaco, clinicamente designado por enfarte do miocárdio, é um dos episódios cardíacos mais graves para a saúde, com um potencial de mortalidade muito elevado. De acordo com o Instituto Nacional de Estatística, em 2020 morreram mais de 8 mil pessoas com um enfarte do miocárdio. Saiba por que acontece e a importância de apostar na prevenção da sua saúde cardiovascular.
O enfarte do miocárdio ocorre quando o fornecimento de sangue ao músculo cardíaco, (através de uma artéria coronária), é interrompido. Em consequência, parte do músculo cardíaco (miocárdio) fica privado de sangue oxigenado e de nutrientes, e as suas células podem entrar num processo denominado necrose. Por outras palavras, podem “morrer”.
O coração depende do fluxo constante de sangue oxigenado pelas artérias coronárias para funcionar. Quando uma destas artérias fica obstruída por um coágulo, o sangue deixa de irrigar o músculo cardíaco, o que prejudica a sua função de bombear sangue para o organismo. Os coágulos de sangue nas artérias coronárias têm origem, na maior parte dos casos, num processo denominado aterosclerose.
A aterosclerose consiste num depósito de colesterol (e outras substâncias gordurosas), que formam uma placa (ateroma), favorecendo o endurecimento de uma artéria coronária. Quando a placa se rompe, provoca a formação de um coágulo que bloqueia a artéria. Se o fluxo sanguíneo das artérias coronárias para o coração for interrompido por mais do que uns minutos, as células de uma parte do músculo cardíaco morrem (necrose) e o coração fica debilitado, afetando eventualmente o ritmo cardíaco. Se houver paragem cardíaca a pessoa pode morrer.
São semelhantes aos da angina de peito, mas normalmente a dor é mais intensa, prolongada e não passa com repouso. Entre os sintomas mais comuns de enfarte do miocárdio destacam-se:
O enfarte do miocárdio é uma situação de emergência médica, pelo que se deve chamar o 112 (Número Europeu de Emergência).
Se for um doente cardíaco ou se já tiver tido algum enfarte do miocárdio, poderá mastigar um comprimido de Aspirina® de modo a tentar fluidificar o sangue.
A pessoa deverá ser hospitalizada numa Unidade de Cuidados Intensivos, onde a equipa médica tentará desobstruir a artéria coronária em questão (angioplastia) e desse modo tentar salvar o músculo cardíaco. Poderão ser administrados medicamentos e efetuadas manobras de modo a controlar a pressão arterial, assim como o ritmo cardíaco.
Poderá ser injetado por via intravenosa um medicamento para desobstruir a artéria coronária “bloqueada”.
Após o enfarte do miocárdio é muito importante perceber que apenas seguindo as instruções terapêuticas do médico e mudando comportamentos se pode evitar ter outro enfarte.
De maneira geral, após o enfarte do miocárdio, o seu médico Cardiologista pode prescrever-lhe medicamentos para reduzir o colesterol e para tratar a hipertensão arterial, se for o caso, evitando assim futuras obstruções das artérias coronárias e promovendo um fluxo sanguíneo normal.
Quanto a mudanças de hábitos, se for fumador(a), a primeira medida importante a tomar é deixar de fumar.
Também a prática de exercício, vigiada e moderada, poderá trazer ganhos, ainda que seja prudente discutir com o seu médico o grau de esforço que deve efetuar, sobretudo nos primeiros tempos após o enfarte.
A alimentação que terá de adotar após o enfarte deve também privilegiar a ingestão de frutas e legumes frescos, assim como de alimentos ricos em fibra, como os cereais integrais. Reduzir o consumo de carnes vermelhas, de alimentos processados e de gorduras são outros comportamentos que deve adotar, bem como diminuir significativamente a ingestão de bebidas alcoólicas.
A perda de peso em excesso também é urgente para quem teve um enfarte do miocárdio. Uns quilos a menos e o seu coração irá agradecer o alívio do esforço.