Desidratação: principais causas e sintomas

data de publicação06 Setembro 2018

O nosso corpo perde água diariamente, seja através do suor, da urina, das fezes ou sob a forma de vapor quando respiramos. Juntamente com a água são também libertadas pequenas quantidades de sais minerais.

Quando o nosso corpo usa ou perde mais líquidos do que aqueles que ingere dá-se a desidratação. Quando isso acontece, o corpo fica frágil e com dificuldades em realizar as suas funções normais e os órgãos podem falhar. A desidratação severa pode levar à morte.

Causas da Desidratação

Existem muitas situações que podem levar a perdas de fluídos de forma rápida e contínua, provocando a desidratação:

  • Pouca ingestão de água, principalmente nas crianças e nos idosos
  • Suor excessivo, principalmente quando está um calor intenso ou durante a realização de exercícios físicos
  • Diarreia e Vómitos
  • Febre
  • Urinar em excesso
  • Lesões significativas na pele, como queimaduras ou feridas
Principais sintomas da desidratação

A desidratação pode ser dividida em três graus diferentes de gravidade e cada um tem os seus próprios sintomas.

Na desidratação leve, caracterizada pela perda de 1 a 3% do peso, os sintomas podem ser:

  • Sede (surge quando o corpo começa a sentir falta de água, por isso o ideal é beber água antes de sentir sede)
  • Dor de cabeça
  • Tonturas
  • Fadiga ou cansaço
  • Cãibras: o sódio e o potássio são sais minerais essenciais para o mecanismo da contracção muscular. Na falta de qualquer um deles podem surgir cãibras.
  • Urinar com menor frequência
  • Mau hálito

Na desidratação moderada, os sintomas anteriores intensificam-se e podem surgir outros:

  • Aumento da temperatura corporal
  • Boca e olhos secos
  • Aumento da frequência cardíaca
  • Pele seca: 30% da nossa pele é composta por água, pelo que a sua inexistência provoca uma pele seca e sem elasticidade
  • Perda de peso
  • Sensação de corpo mole

Por fim, na desidratação grave ou severa todos os sintomas anteriores pioram e surgem ainda outros, tais como:

  • Falta de lágrimas durante o choro
  • Falta de suor
  • Dificuldade em urinar por inexistência de urina ou urina com cor escura e odor forte
  • Respiração acelerada
  • Baixa pressão arterial
  • Confusão mental, delírios
  • Convulsões
  • Coma
  • Falência múltipla dos órgãos: sem água o corpo não é capaz de funcionar. A desidratação pode fazer com os que entrem em falência, levando à morte.

Infelizmente, a sede nem sempre é um indicador fiável da desidratação, especialmente nas crianças e nos idosos. O melhor indicador é a cor da urina. Se apresentar uma cor clara é sinal de que o corpo está bem hidratado, se tiver uma cor amarela ou escura geralmente são sinais de desidratação.

Tratamento

O tratamento da desidratação leve e moderada deve ser feito através da ingestão de pequenas quantidades de água, de bebidas isotónicas ou de cubos de gelo. Caso a desidratação tenha origem no excesso de treino ou calor, deve remover todas as roupas em excesso, utilizar a sombra ou zonas com ar condicionado para se refrescar, utilizar um borrifador para pulverizar água morna em superfícies expostas da pele e evitar expor a pele ao frio excessivo.

Em situações mais graves, em que é necessário recorrer ao tratamento médico, começa-se por resfriar o corpo do paciente e por repor os líquidos através da via oral se não houver náusea ou vómitos. Caso contrário, a reposição dos líquidos deve ser feita por via intravenosa.

Grupos e Fatores de Risco

Apesar de qualquer pessoa poder sofrer de desidratação, existem grupos que têm maior probabilidade de contrair esta doença.

1. Crianças: são um dos maiores grupos de risco, uma vez que podem esquecer-se de hidratar e dependendo da idade, podem não ter a capacidade para o fazer de forma autónoma. Para além disso, a proporção de água no corpo de uma criança é maior do que num adulto, pelo que perdas menores podem ser mais significativas. São ainda muito propensas a diarreias e vómitos.

2. Idosos: esquecem-se muitas vezes de beber água e em muitos casos, devido a doenças incapacitantes, não o conseguem fazer sozinhos. Face à idade têm naturalmente uma perda maior de líquidos, pelo que necessitam de repor os líquidos com maior frequência.

3. Diabéticos: devido ao elevado nível de glucose no sangue, os rins tentam eliminar o excesso de açúcares através da urina, o que provoca uma maior perda de água.

4. Portadores de imunodeficiências: a causa mais comum da diarreia são infecções gastrointestinais e uma consequência grave disso é a desidratação através das fezes, uma vez que são compostas até 90% de água.

5. Atletas de resistência: corridas longas, escaladas, maratonas, triatlo e outras actividades de resistência representam um enorme esforço para o corpo, que acaba por gastar muita água. Durante as provas é importante que o atleta se mantenha hidratado para evitar a desidratação.