Onicofagia: como acabar com o vício de roer as unhas?

data de publicação14 fevereiro 2025 artigo revisto por
Dra. Inês Martins de Almeida  |  Médica de Medicina Geral e Familiar
Roer as unhas, também conhecido como Onicofagia, é um hábito bastante comum. Este comportamento é frequentemente associado ao stress, ansiedade ou mesmo a estados de aborrecimento. O vício de roer as unhas pode começar na infância, acabando por persistir na vida adulta. Mais do que um simples mau hábito, a Onicofagia pode ter consequências relevantes para a saúde física e mental.

Porque roemos as unhas?

Onicofagia é o termo médico utilizado para descrever o ato de roer as unhas. Este comportamento pode variar em intensidade, desde mordidas ocasionais até a casos mais graves, em que a pessoa danifica as unhas, cutículas e pele ao redor dos dedos. Existem fatores emocionais associados à Onicofagia:
 
  • Ansiedade e stress. Muitos indivíduos roem as unhas para aliviar tensão ou nervosismo
     
  • Tédio ou inatividade. Em situações de ócio, o ato de roer as unhas pode servir como uma distração e uma forma de passar o tempo
     
  • Transtornos psicológicos. Em casos mais graves, a Onicofagia pode estar relacionada a condições como transtorno obsessivo-compulsivo
     
  • Influência ou causas hereditárias. Crianças podem começar a roer as unhas aos 4-5 anos de idade, uma vez que os filhos assistem aos pais a ter esse hábito
     

​Consequências da Onicofagia na saúde

Roer as unhas é um hábito subestimado para várias pessoas, mas pode causar vários problemas, nomeadamente:
 
  • Danos nas unhas e cutículas. Infeções, inflamações e deformidades poderão surgir nas unhas e dedos
     
  • Problemas dentários. Roer as unhas pode causar desgaste do esmalte dentário, alterações na disposição dos seus dentes, provocando dores maxilares
     
  • Riscos de infeção. Ao levar as mãos à boca, há uma maior exposição a bactérias e vírus
     
  • Lesões digestivas. Ao engolir pequenos pedaços de unhas, poderá ter impacto no seu estômago ou intestinos
     
  • Impacto psicológico e social. Este hábito pode causar vergonha e constrangimento, afetando a autoestima e a interação social

 

Quer deixar de roer as unhas? Saiba como superar esse hábito

Superar a Onicofagia requer dedicação e, dependendo de cada caso, acompanhamento de um médico. Algumas estratégias passam por:
 
  • Identificar os gatilhos. Reconhecer os momentos ou emoções que o levam a roer as unhas é essencial para substituí-lo por comportamentos mais saudáveis
     
  • Apostar em técnicas de relaxamento. Praticar meditação, ioga ou outros métodos de redução do stress poderão ajudá-lo
     
  • Recorrer a produtos específicos. Vernizes com sabor amargo são inofensivos para a saúde e podem retirar o estímulo de roer as unhas. Há também outras opções como ter unhas rentes e redondas, verniz colorido, pensos com desenhos nos dedos, etc.
     
  • Obter acompanhamento profissional. Psicólogos ou terapeutas podem ajudar a tratar as causas subjacentes à Onicofagia, especialmente em casos de ansiedade. Em caso de danos físicos nas unhas ou dedos, procure um Médico de Família ou um Dermatologista. Se sente alterações na sua dentição, contacte um Dentista

​Outras técnicas que o podem ajudar a deixar de roer as unhas:
 
  • Reversão do hábito. No caso das crianças, tente ajudá-la a substituir o hábito de roer as unhas por outro mais construtivo e saudável
     
  • Controlo do estímulo. Identifique as situações e elimine os estímulos que o levam à vontade de roer as unhas
     
  • Técnicas aversivas. Peça a pessoas mais próximas, familiares ou amigos, para o alertarem quando está a repetir o ato de roer as unhas

Embora roer as unhas seja um hábito inofensivo, a Onicofagia pode trazer impactos significativos para a saúde física, emocional e social. Superar esse comportamento exige uma abordagem consciente, combinando estratégias práticas com uma eventual ajuda de um profissional de saúde. Ao entender os gatilhos e encontrar formas saudáveis de lidar com o stress ou a ansiedade, é possível romper o ciclo deste hábito e restaurar o cuidado das unhas, mãos e autoestima. Mais do que uma questão estética, enfrentar a Onicofagia é um passo importante para promover o bem-estar.

Artigo revisto por

Inês Martins de Almeida

Médica de Medicina Geral e Familiar

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