Gerir as distâncias num Natal em pandemia

data de publicação18 Dezembro 2020 autor do artigo
Joana Sousa Teles  |  Psicóloga
Guia para um Natal em Segurança

Este ano muitas pessoas vão escolher passar o Natal longe do resto da família. As recomendações de distanciamento social vão influenciar a decisão de muitas pessoas em preservar os mais velhos do habitual convívio familiar. Nesse contexto, é importante ter presente que na base dessa decisão está o amor e o sentido de proteção dos elementos da nossa família que, pela idade, fazem parte do grupo de risco da COVID-19. Assim, é importante recorrermos à criatividade e à inteligência para estreitar as distâncias, com estratégias que garantam a segurança de todos, mas que sejam inclusivas na celebração desta quadra.
 

Ecrã à mesa de Natal

Depois de praticamente um ano de pandemia, com todos os constrangimentos que a COVID-19 trouxe às famílias, o Natal de 2020 terá de ser um “novo Natal”. Uma das medidas de segurança mais praticadas foi o distanciamento social. Nunca como este ano vimos tão pouco os nossos pais e avós. As saudades são exponenciais no tempo e as celebrações familiares adotaram novos contornos, inclusive digitais. E apesar de não substituírem os abraços, são soluções como as videochamadas que permitem manter o contacto em segurança entre as famílias. Este Natal haverá, certamente, um lugar reservado para um ecrã, seja à mesa da Consoada ou no momento de abrir os presentes. O importante é partilhar os melhores momentos, tirando partido da tecnologia.

Nesse sentido é relevante perceber se aqueles que estão mais à vontade com as tecnologias podem ajudar os menos experientes com os suportes digitais, de modo a que este Natal seja uma quadra de celebração inclusiva.
 

Pensamento positivo

O Natal é um período de celebração e alegria. No entanto, o facto de ser recomendável evitarmos estar com a nossa família durante esta quadra, pode dar lugar a ansiedade, frustração e tristeza. É importante, por isso, focarmo-nos em alguns pontos positivos que nos permitam entrar no espírito e relativizar as distâncias. Vejamos algumas ideias:

  • Não vamos passar o Natal a casa dos pais/avós porque estamos a pensar na saúde deles e não queremos que alguém fique doente por causa de uma refeição.
  • A pandemia não vai durar para sempre e em breve vamos poder vermo-nos em segurança.
  • O dia de Natal é um dia igual aos outros, com 24 horas, e a vida pode e deve continuar apesar de não passarmos esta quadra juntos.
     
Está sozinho? Aproveite!

Coloque as coisas em perspetiva e foque-se nas oportunidades. Afinal, depois de aceitar a realidade não há razão para não tirar o máximo partido das circunstâncias. Sem correrias e sem atrasos, neste Natal aproveite para tomar um banho de imersão, ler tranquilamente um livro ou rever aquele filme que está sempre a adiar. Já que vai passar esta quadra sozinho rodeie-se das coisas que lhe dão prazer e faça planos consigo mesmo. No entanto, há que continuar a manter uma alimentação saudável e não entrar em excessos. Opte por prazeres que façam bem à saúde, como um passeio na natureza, por exemplo.
 

Ajudar os outros pode ajudar-nos a nós próprios

Desde que esteja de boa saúde e cumpra todas as regras de segurança, uma opção para “fugir” à solidão nesta época poderá ser fazer voluntariado. Poderá informar-se no seu concelho que instituições de solidariedade estão a fazer voluntariado na noite de Natal e passar da ideia à prática do verdadeiro espírito natalício. Ao ajudar os outros está a prestar um serviço à sua comunidade, além de estar ocupado e de ser realmente útil para quem é mais frágil.
Do mesmo modo, lembre-se que podem haver elementos da família e amigos que também estão sozinhos em casa nestes dias. Marque na agenda uma hora do dia para uma chamada ou videochamada e fazer chegar a sua voz (e imagem) junto de quem mais precisa.
 

Reconhecer os sentimentos

Apesar de a razão lhe dizer que este ano é melhor passarmos o Natal separados, é normal que se sinta triste, isolado, frustrado e deprimido. E é natural que se sinta assim. Permita-se reconhecer esses sentimentos, mas cuidado com os pensamentos negativos. Foque-se antes nos pensamentos positivos (ler em cima). Seja compreensivo consigo mesmo e dê-se conselhos construtivos, positivos e com uma perspetiva de superação.
Mas, se apesar dos seus melhores esforços esta quadra provocar-lhe tristeza, ansiedade e stress, prejudicando a quantidade e qualidade do seu sono e deixando-o enervado, considere procurar um psicólogo. Na Cintramédica pode contar com profissionais experientes que lhe dão toda a confiança para superar as fases menos boas e encontrar estratégias e soluções para uma maior qualidade de vida. Caso sinta necessidade, marque já a sua Consulta de Psicologia.
 

Fique bem e Festas-Felizes!

 

Referências bibliográficas:

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Joana Sousa Teles

Psicóloga