A Oftalmologia após os 50 anos

data de publicação01 Agosto 2017 autor do artigo
Fernando Baptista  |  Oftalmologista

Por volta dos 50 anos inicia-se uma fase da vida em que é comum aparecerem doenças oftalmológicas que podem ser consideradas características deste grupo etário, umas mais conhecidas e outras nem tanto.

As mais frequentes são: a Catarata, o Glaucoma e a D.M.R.I.

A Catarata é caracterizada por perda de transparência do cristalino, uma das lentes que possuímos nos olhos e que é responsável pela acomodação (capacidade de focar objetos ao longe e ao perto). Com o avanço da idade, podem surgir opacidades em qualquer das zonas do cristalino que vão dificultando a visão, conforme a intensidade com que esta evolui, desde uma discreta perda de nitidez até uma total ausência de visão.

A terapêutica das cataratas é cirúrgica, quando afeta de forma significativa a visão, e consta na extração do cristalino e sua substituição por lente de potência equivalente.

Procede-se desta forma a uma substituição, o que vai possibilitar a recuperação quase sempre total da visão perdida ou diminuída.

O Glaucoma, é uma doença muito grave, que na maioria das vezes não apresenta queixas e que, caso não seja tratada, conduz à cegueira, sendo que na maioria dos casos não permite qualquer hipótese de resolução médica ou cirúrgica. É de fundamental importância o rastreio sistemático, sobretudo após os 45–50 anos, para todas as pessoas, no qual se procura um sinal fácil de detetar e que é a hipertensão ocular, a qual não apresenta sintomas evidentes.

A terapêutica do glaucoma é talvez mais fácil que o despiste ou o diagnóstico, pois baseia-se fundamentalmente na administração de medicamentos (calírios) com efeito hipotensor ocular, dos quais existem variados tipos. Caso não se atinja uma normalização da tensão ocular ou uma estabilização dos campos visuais através destes medicamentos, poder-se-á recorrer à cirurgia para a mesma finalidade.

A D.M.R.I. (Degenerescência Macular Relacionada com a Idade) é uma perturbação sempre lenta, tanto no início como na sua evolução. Só uma observação muito atenta pode despistar os sinais mais precoces desta doença e com isso permitir iniciar, o mais prematuramente possível, o seu controle ou estabilização. Geralmente a cura não é possível, pois trata-se de uma doença da “involução” e que pode aparecer por volta dos 50 anos, mas que se manifesta com maior gravidade mais tarde (60, 70, 80 anos). O exame dos fundos oculares é fundamental, tal como a avaliação rigorosa da visão e o recurso a testes específicos. Do ponto de vista terapêutico, tentar-se-á sempre melhorar a irrigação sanguínea retiniana e coroideia, melhorar o metabolismo retiniano (epitélio pigmentado) através de medicamentos, e sempre que há indicação, recorre-se à fotocoagulação por Laser ou à recente fototerapia dinâmica, bem como à injeção intra-ocular de medicamentos com atividade nos vasos sanguíneos.

Apesar destas armas terapêuticas, a prevalência destas doenças tem vindo a crescer de forma nítida, e só o recurso à terapêutica em fases prematuras poderá, no futuro, fazer declinar a sua importância.

Não será demais frisar, portanto, que a vigilância médica rigorosa das pessoas nestes grupos etários é imprescindível para o controle das situações assinaladas da forma mais eficaz possível.

A Cintramédica, tem ao seu dispor os meios técnicos e profissionais necessários para o diagnóstico e acompanhamento oftalmológico.

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Fernando Baptista

Oftalmologista