Pneumonia: o que é e como tratar

data de publicação10 novembro 2022 artigo revisto por
Dra. Catarina Custódio  |  Pneumologista

A pneumonia é uma doença infeciosa que consiste na inflamação aguda do tecido pulmonar (alvéolos e bronquíolos), ou seja, da zona onde se dão as trocas gasosas, essenciais para a vida humana. Na pneumonia, os alvéolos e os bronquíolos ficam inflamados, diminuindo a sua capacidade para realizar trocas gasosas e a elasticidade do pulmão. Todos estes aspetos dificultam a normal respiração. Habitualmente, a pneumonia tem uma causa infeciosa, bacteriana ou não, e pode ser adquirida na comunidade ou em ambiente hospitalar/cuidados de saúde.

Principais sintomas

Os sintomas da pneumonia são muitas vezes idênticos aos de outras doenças respiratórias, pelo que nem sempre permitem um diagnóstico imediato. Os sintomas mais comuns de uma pneumonia são:

  • Febre
  • Arrepios de frio
  • Tosse com ou sem expetoração purulenta
  • Dor torácica
  • Dificuldade respiratória

Nos idosos, os sintomas são menos típicos, podendo manifestar-se apenas pela descompensação de outras doenças pré-existentes.

Quais as causas da pneumonia?

A pneumonia pode ser causada por vários agentes infeciosos, nomeadamente, bactérias e vírus. Os agentes mais comuns são:

  • Streptococcus pneumoniae
  • Haemophilus influenzae type b
  • Mycoplasma pneumoniae
  • Mais recentemente, a COVID-19 e as suas variantes

A gravidade da pneumonia, assim como a ocorrência de complicações associadas, depende de vários fatores dos quais se destaca a idade, a presença ou não de outras patologias, o estado imunitário do indivíduo e o agente etiológico.

Quais os grupos de risco?
  • Pessoas acima dos 65 anos
  • Crianças muito novas
  • Portadores de doenças crónicas como a diabetes, doença pulmonar obstrutiva crónica, doença cardiovascular ou insuficiência renal
  • Fumadores e pessoas dependentes de álcool ou drogas
  • Pessoas que residem em lares ou casas de repouso
Diagnóstico e tratamento

Tratando-se de uma doença aguda, a pneumonia pode ter uma evolução imprevisível e um espectro de gravidade muito amplo. É importante uma avaliação médica precoce (médico de família ou serviço de atendimento urgente), para avaliação inicial e decisão do melhor tratamento.

Na maioria dos casos (80%), o tratamento é feito em ambulatório, mas em situações mais graves, em que a evolução da pneumonia não decorre de modo favorável nas primeiras 48 a 72 horas, pode ser necessário o internamento.

Os antibióticos são a base do tratamento da pneumonia, variando de acordo com a gravidade dos sintomas, presença de outras patologias concomitantes, local de tratamento e local de aquisição da infeção (comunidade ou hospitalar). Na ausência de melhoria clínica ou agravamento dos sintomas, pode ser necessário reavaliar e reajustar a medicação.

Medidas de Prevenção

A vacinação anti-pneumocócica e a vacinação antigripal anual são importantes na prevenção da pneumonia.

A prática de hábitos de vida saudáveis, tais como deixar de fumar, prática regular de exercício físico, diminuição do consumo de álcool e alimentação saudável, assim como o adequado controlo das doenças crónicas e a utilização criteriosa da terapêutica imunossupressora, são outros dos aspetos essenciais para prevenção da pneumonia.

A pneumonia é uma das principais causas de morte em Portugal, com números superiores à média europeia, especialmente devido à elevada proporção de idosos na população. Em média, morrem 6 mil pessoas por ano com pneumonia, nas quais 95% são pessoas com mais de 65 anos.

A sazonalidade também desempenha um papel relevante. A taxa de mortalidade por pneumonia aumenta nos meses de inverno, associada a baixas temperaturas e à falta de sistemas de aquecimento eficazes em muitas residências portuguesas​.

Artigo revisto por

Catarina Custódio

Pneumologista

Faça o seu comentário

Envie-nos o seu comentário, questão ou opinião.