O que é a Fasceíte Plantar?

data de publicação24 Novembro 2017 artigo revisto por
Carla Vera-Cruz  |  Fisiatra

A fasceíte plantar é a inflamação da banda espessa de tecido fibroso que se estende do calcanhar aos dedos dos pés, designada por fáscia plantar. Esta banda está recoberta de gordura e ajuda a suportar e a absorver os impactos do pé contra o solo.

A fasceíte plantar é a causa mais comum de dor no calcanhar e habitualmente representa uma dor aguda logo nos primeiros passos da manhã (após o acordar) acentuando-se após longos períodos de pé ou na mudança de posição de sentado para de pé.

Quando a fáscia plantar é muito curta o arco do pé apresenta-se mais acentuado, mas quando é mais longa, o arco torna-se achatado, dando origem ao designado “pé chato”.

Fatores de risco

Apesar de não serem totalmente conhecidas as causas da fasceíte plantar, existem alguns fatores de risco para o desenvolvimento da doença:

  • Excesso de peso
  • Diabetes
  • Gravidez
  • Atividade desportiva em carga (correr, saltar, dançar)
  • Idade avançada
  • Padrões anómalos da marcha
  • Calçado inadequado
  • Estar de pé muitas horas


Esta doença é mais comum entre as mulheres dos 40 aos 60 anos, uma vez que ao longo da vida a fáscia perde a sua elasticidade e a camada de gordura torna-se mais fina e menos protectora.

Sintomas

O principal sintoma é a dor no calcanhar, que numa fase inicial se manifesta ao sair da cama de manhã e agrava-se após longos períodos de pé ou ao subir escadas. Habitualmente, a dor assemelha-se a uma pontada no calcanhar e tende a aliviar com o caminhar, e a agravar-se ao final do dia. Quando ignorada, a fascite pode evoluir para um quadro de dor crónica, afetando as atividades do dia-a-dia, a marcha e potencialmente causar problemas a nível do joelho, anca e coluna.

Diagnóstico

O diagnóstico da fasceíte baseia-se na história clínica do paciente e em alguns exames complementares de diagnóstico.

Exames mais comuns:

  • Radiografia do pé
  • Ressonância magnética
Como tratar a Fasceíte Plantar?

Na maioria dos casos (90%) os doentes recuperam após os primeiros meses de tratamento, não sendo necessário interromper a atividade diária, no entanto é recomendado diminuir o esforço e fazer atividades de menor impacto.

Numa primeira fase o tratamento passa por alterar o estilo de vida. Em caso de obesidade o doente deve perder peso, reduzindo a pressão exercida sobre a articulação. Caso pratique alguma atividade física deve fazê-lo de forma mais restrita ou optar por outra com menor impacto com o solo. Quando deixar de sentir dor e após 4 a 6 semanas de repouso, pode retornar gradualmente à atividade física.

Em alguns casos, pode ser necessário recorrer à fisioterapia, incluindo, por vezes, tratamento com ondas de choque.


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Artigo revisto por

Carla Vera-Cruz

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