Segundo a Direção Geral de Saúde (2012) uma em cada duas pessoas com mais de 80 anos sofre uma queda pelo menos uma vez por ano. Os fatores relacionados com o envelhecimento natural do organismo quer a nível físico, emocional ou cognitivo podem dificultar o dia-a-dia do idoso, contribuindo para um aumento do sedentarismo, tornando-o, assim, menos funcional e autónomo, aumentando, deste modo, o risco de quedas.
Qualquer pessoa está sujeita a sofrer uma queda, no entanto os adultos com idade superior aos 65 anos são mais propensos a desenvolver lesões mais graves após a queda.
As quedas podem provocar lesões físicas como fraturas ósseas, feridas, contusões mas também afetar o estado emocional – perda de auto-confiança, aumento da sensação de medo de voltar a cair - que se podem traduzir em diminuição ou restrição das atividades de vida diária.
As quedas em idosos podem ser causadas por vários fatores, tais como:
- Perturbações do equilíbrio
- Perturbações da visão
- Fraqueza muscular especialmente nos membros inferiores
- Depressão/Ansiedade
- Tonturas/Vertigens
- Doenças cardiovasculares
- Doenças neurológicas que possam provocar confusão, desorientação ou restrição de movimentos
- Uso de medicamentos como diuréticos, medicação para a tensão arterial, laxantes, entre outros.
- Disposição do meio envolvente:
- Móveis instáveis
- Tapetes soltos
- Piso escorregadio
- Iluminação inadequada
- Objetos espalhados pelo chão
- Roupas largas e compridas
- Calçado inadequado
- Uso inapropriado de auxiliares de marcha: bengalas, canadianas, andarilhos
Se tem sintomas como vertigens, tonturas ou desequilíbrio deve procurar um profissional de saúde. O diagnóstico precoce é essencial para que seja indicado o tratamento mais adequado.
Medidas de Prevenção
No sentido de prevenir as quedas em casa ou no exerior, podem ser adotadas estratégias que reduzam o risco e aumentem a segurança, diminuindo o medo de cair e incentivando a realização de atividades diárias.
Para além das alterações do meio a realizar em casa, a atividade física, nomeadamente exercícios específicos recomendados por especialistas, e os cuidados alimentares são também fatores a considerar.
Atividade física
A atividade física contribui para a adoção de uma postura corporal adequada, melhorando o equilíbrio e o aumento de força muscular:
- Praticar exercícios em casa: aconselhe-se com um profissional de saúde para o fazer da forma mais segura possível
- Fazer uma caminhada todos os dias
- Evitar estar sentado por longos períodos de tempo, fazer pausas e levantar-se para fazer movimentos circulares com os pés, sempre apoiado
- Reabilitação vestibular, recomendada por um profissional de saúde, após avaliação inicial e realização de exames otoneurológicos
Alimentação
- Manter-se bem hidratado e optar por uma dieta variada e equilibrada, com valor nutricional, vai auxiliar na manutenção da energia necessária ao funcionamento muscular e cognitivo
Vestuário
- Usar chinelos/sapatos com apoio de calcanhar para manter o pé seguro
- Usar calçado antiderrapante
- Evitar o uso de roupas largas e compridas em que possa tropeçar
Auxiliares de marcha
- O uso de auxiliares de marcha como bengalas, andarilhos ou canadianas deve sempre ser aconselhado por um profissional de saúde. No sentido de optar pela melhor solução, verificar a altura adequada do equipamento e instruir o seu uso
Segurança em casa
- Organizar a casa para que não seja necessário trepar ou subir escadotes
- Manter o chão livre de objetos
- Optar por tapetes antiderrapantes
- Verificar se os móveis estão estáveis
- Fios eléctricos não devem passar pelo chão mas sim pelas paredes
- Usar cadeiras ou cadeirões com descansos para os braços para o auxiliar a sentar e levantar
- Verificar se a altura dos sofás e cadeiras são adequados à estatura da pessoa, se necessário, colocar uma almofada
- Boa iluminação:
- Pontos de luz presentes nas diferentes divisões incluindo os corredores
- Interruptores devem estar acessíveis
- Utilização de luzes de presença
- Na casa de banho:
- Se possível optar por polibã com chão anti-derrapante
- Utilização de um banco/assento fixo no polibã
- Utilização de barras de apoio
- Nas escadas:
- Verificar se o corrimão está firme
- Evitar o uso de tapete nas escadas
- Se possível recorrer a um corrimão bilateral
- Colocar fita colorida na beira de cada degrau para sinalizar
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Referências Bibliográficas
- Direção Geral de Saúde, 2019 – Quedas. Consultado em:https://www.dgs.pt/qualidade-e-seguranca/seguranca-dos-doentes/quedas.aspx
- Luzio, C., Garcia, F. , Benzinho, T. e Veiga G., Programa de Prevenção de Quedas no Idoso. Consultado em : Associação Portuguesa de Otoneurologia - http://www.otoneuro.pt/images/stories/artigos/artigos/forum21.pdf
- National Council for Aging Care, - PREVENTING FALLS IN OLDER ADULTS. Consultado em: https://www.aging.com/how-to-cope-with-the-aging-process/
- National Health Service, 2018 – Overview: Falls. Consultado em: https://www.nhs.uk/conditions/falls/
- Rede Regional de Cuidados Continuados Integrados - Prevenção de quedas em idosos no domicílio. Consultado em:https://biblioteca.sns.gov.pt/wp-content/uploads/2017/06/Envelh_ativo_manual-cuidador-preven%C3%A7%C3%A3o-quedas.pdf