Os lanches dos mais pequenos são sempre uma dor de cabeça para os pais e, normalmente, é nestas refeições que acontecem os maiores erros alimentares.
Muitas vezes os pais acabam por ceder aos pedidos dos filhos e, para garantirem que eles se mantêm alimentados durante a manhã ou a tarde, preparam lanches com recurso a alimentos processados, com elevados teores de gorduras hidrogenadas e de açúcar, altamente palatáveis e fáceis de consumir. De que alimentos estamos a falar? De sumos, refrigerantes, pães de forma de longa duração, bolos, gomas, bolachas, croissants, pães-de-leite, etc.
A escolha destes alimentos contribui para o aumento de processos inflamatórios, aumento do risco de excesso de peso/obesidade e de desenvolvimento de doenças crónicas, como diabetes, cancro e doença cardiovascular, na idade adulta e para conduzir a situações de eventuais défices nutricionais.
Os alimentos que devem constar numa lancheira para os mais pequenos devem ser alimentos que possuam proteína, gorduras de boa qualidade, fibra e hidratos de carbono de baixa carga glicémica. Desta forma vamos potenciar a saciedade, uma melhor resposta imunitária, a concentração e o foco, enquanto os mantemos bem nutridos e capazes de responder da melhor maneira aos estímulos do dia a dia.
Entre os alimentos que podemos escolher como boas fontes de proteínas de temos:
Como fontes de gorduras adequada pode optar entre:
Quando falamos de fibra e de hidratos de carbono de baixa carga glicémica, incluímos neste lote as frutas, todas e sem exceção, e os vegetais. No que diz respeito às frutas vale a pena ressaltar que devemos optar por fruta nacional e da época e tentar variar o mais possível para diversificar os nutrientes oferecidos. Quanto à fruta, destacamos para o outono:
Quanto aos vegetais, poderá optar por:
Algumas possíveis combinações de alimentos, tendo em conta as opções sugeridas acima, seriam:
É preciso ter em consideração que, se os mais pequenos não estão habituados a estes alimentos, estas opções de snacks serão rejeitadas à partida. É preciso paciência, perseverança e mudança de hábitos alimentares em casa, para que as crianças se possam familiarizar com opções alimentares mais saudáveis e diferentes daquilo a que estavam habituados.
Pode ser interessante solicitar a sua ajuda na preparação das próprias marmitas, apresentando-lhes as opções saudáveis disponíveis para escolha. A aceitação alimentar parece ser maior quando os mais pequenos participam na escolha e preparação dos alimentos que irão consumir.
O desenvolvimento de hábitos alimentares saudáveis desde idade mais jovens é extremamente importante para o desenvolvimento adequado assim como é fundamental para um melhor prognóstico de saúde na idade adulta. No entanto, é preciso reforçar que os hábitos alimentares dos mais pequenos são um reflexo dos hábitos alimentares da família e, portanto, é necessário que todo o seio familiar esteja alinhado e direcionado para escolhas mais saudáveis.
A alimentação nas crianças é um desafio para o futuro da saúde das presentes e futuras gerações. A Dra. Laura Oliveira dá-nos guias para um caminho mais saudável.