A Hiperplasia Benigna da Próstata (HBP) é o aumento de volume da glândula, o qual pode condicionar compressão da uretra e dificuldades no esvaziamento da bexiga. A Dra. Vanessa Vilas Boas, Urologista na Cintramédica, ajuda-nos a perceber não só o que é a HBP, mas também que sintomas provoca, o impacto na qualidade de vida, tratamentos e como proceder caso seja diagnosticado com esta patologia.
Ocorre principalmente com o avançar da idade e pode levar ao desenvolvimento de sintomas urinários tais como acordar de noite para urinar (noctúria), alterações do jato urinário, vontade súbita de urinar, entre outros.
Apesar de não ser cancro, a sua avaliação e tratamento são fundamentais pela grande prevalência na população masculina, impacto negativo que os sintomas têm em aspetos que vão desde a qualidade do sono à atividade sexual e, também, pelas consequências negativas que pode acarretar no aparelho urinário, tais como alterações estruturais e funcionais da bexiga, infeção urinária, perda de sangue na urina e formação de cálculos na bexiga.
Nem sempre está presente uma relação directa entre a HBP e sintomas urinários, já que homens com próstatas volumosas podem ser assintomáticos e outros com volumes menores podem ter sintomas graves. Tal acontece porque outras características além do volume da próstata concorrem para a obstrução ao esvaziamento da bexiga e porque há patologias de outros órgãos que podem causar estes sintomas, tais como doenças primárias da bexiga e até doenças neurológicas.
Assim, é fundamental uma avaliação urológica detalhada, que compreende a valorização dos sintomas, o exame físico do doente e a realização de alguns exames complementares de diagnóstico, na sua maioria simples e facilmente acessíveis.
Nem todos os homens com HBP necessitam de tratamento. Alguns com sintomas ligeiros, não complicados e sem alteração da qualidade de vida, poderão beneficiar apenas de algumas alterações comportamentais e da dieta, assim como vigilância periódica. Nos restantes está preconizado tratamento ativo.
Dispomos atualmente de um conjunto de fármacos eficaz, que atua a diferentes níveis na próstata e na bexiga, pelo que a primeira abordagem terapêutica dos sintomas associados à HBP é farmacológica. É importante efetuar a reavaliação regular do doente em consulta, de forma a garantir a boa resposta ao tratamento instituído e a eventual necessidade de substituição ou complementação por outros medicamentos.
Caso a resposta aos fármacos não seja eficaz ou sejam detetados fatores de complicação da doença, poderá ser necessária a realização de uma cirurgia à próstata, que na maioria dos casos tem internamento curto e recuperação rápida.
Em súmula, perante sinais de alerta, tais como jacto urinário fraco, acordar de noite para urinar, sensação de não esvaziar a bexiga completamente ou desejos súbitos e inadiáveis de urinar, deve procurar ajuda médica. Depois o objetivo deverá ser o tratamento do doente e seus sintomas predominantes, não esquecendo que os sintomas urinários podem ter múltiplas causas, o que obriga a uma investigação inicial cuidada e à reavaliação regular do doente.