Alopécia: abordagem médica da queda de cabelo

data de publicação18 Maio 2023 autor do artigo
Amélia Feliciano  |  Médica de Medicina Estética

A alopécia consiste na queda de cabelo ou diminuição do cabelo que anteriormente existia. O cabelo tem várias funções: protege a cabeça contra traumatismos físicos, ajuda à regulação da temperatura, além de conferir uma sensação táctil e permitir a libertação de secreções sebáceas e apócrinas que ajudam a manter a saúde do cabelo.
Além destes aspetos funcionais, o cabelo tem, obviamente, uma importância fundamental na imagem individual, quer no género feminino quer no género masculino.

 

O cabelo à lupa

Uma pessoa tem, habitualmente, entre 100 e 150 mil cabelos. Cada cabelo cresce cerca de 0,35 mm por dia, mas todos os dias perdemos entre 50 e 100 cabelos.

A vida de um fio de cabelo dura, em média, entre 2 e 6 anos. O ciclo do cabelo inclui 3 anos em crescimento (anagénese), 3 semanas em regressão (catagénese) e 3 meses em queda (telogénese).

Por outro lado, cada folículo piloso, responsável por fazer crescer cada fio de cabelo, pode durar entre 25 e 30 ciclos, ou seja, várias décadas.

 

Alopécia: quando há falta de cabelo

De acordo com a Classificação Internacional das Doenças (ICD-10), existem vários tipos de alopécia.
Quanto à classificação da alopécia esta pode ser:

  • Primária vs. secundária
  • Congénita (à nascença) vs. adquirida
  • Alopécia localizada vs. difusa vs. padrão androgenética
  • Cicatricial vs. não cicatricial.


Por outro lado, as mais frequentes são a alopécia androgenética masculina e feminina e os eflúvios (agudo e crónico).


Alopécia androgenética

Nos homens: é o tipo de alopécia mais frequente e inicia-se normalmente entre os 16 e os 30 anos. Afeta 1/3 dos homens aos 30 anos e 80% nalgum momento da sua vida. A causa é sobretudo genética e hormonal.

Nas mulheres: inicia-se geralmente após a puberdade, mas pode-se manifestar em qualquer idade, tendo um pico de incidência entre os 25-40 anos ou entre 50-60 anos, com agravamento após a menopausa. Apresenta uma prevalência de 6% aos 30 anos e de 38% aos 70 anos, sendo principalmente provocada por fatores genéticos, hormonais e ambientais.

Este tipo de alopécia tem, na mulher, um impacto psicológico que não pode ser negligenciado. Pode traduzir-se em efeitos psicológicos negativos, baixa auto-estima ou mesmo problemas sociais.

Em ambos os sexos este tipo de alopécia perfaz cerca de 90% dos casos.


Eflúvio

Outra condição relativamente frequente é o eflúvio. Consiste numa queda aumentada de cabelo, mais do que 150 cabelos por dia, o que resulta numa menor densidade capilar, de tipo difuso.

O eflúvio pode dever-se a uma situação aguda (como num parto, cirurgia, stress, doença aguda, tratamento oncológico, etc.) ou crónica (como, por exemplo, doença prolongada).

Existem ainda outras causas para a falta de cabelo, como a alopécia areata (doença autoimune), a Tricotilomania (devido a um distúrbio psicológico) ou Tricorrexis nodosa (nódulos nos cabelos).

 

Diagnóstico da Alopécia em consulta

Na Consulta de Medicina Estética Capilar faz-se a avaliação do couro cabeludo e da Alopécia (tipo, duração, causas, tratamentos efetuados), dos antecedentes pessoais que possam ser importantes neste processo, e estabelece-se um plano de tratamento personalizado.

Em termos de meios auxiliares de diagnóstico é, geralmente, proposto realizar uma avaliação analítica completa, a qual pode ser complementada por exames de Imagiologia, com o intuito de identificar as causas da queda ou da falta de cabelo.

 

Plano terapêutico

Relativamente ao plano terapêutico este é personalizado e combinado. Consoante o tipo de alopécia, pode ser contemplada uma estratégia em várias frentes:

  • Medicamentos (minoxidil, finasterida/dutasterida, espironolactona, corticóides sistémicos), incluindo fármacos tópicos (minoxidil, corticóides tópicos)
  • Suplementação alimentar
  • Tratamentos de Medicina Estética (mesoterapia, microagulhamento com complexos vitamínicos, finasterida/dutasterida, anti-oxidantes, plasma rico em plaquetas)
  • Laser de baixa potência
  • Transplante capilar

 

Prevenção e estilo de vida

Além disso, aconselha-se um estilo de vida saudável e equilibrado o que passa por uma boa higiene do sono, exercício físico regular, alimentação saudável, tratamento de doenças associadas e de dependências, caso existam.

Mais do que cuidar da sua imagem, a Medicina Capilar é um conceito de saúde e bem-estar global. Marque já a sua avaliação na consulta de Medicina Estética da Cintramédica.

Autor do artigo

Amélia Feliciano

Médica de Medicina Estética