A importância da mastigação no desenvolvimento da fala

A forma como a criança se alimenta é fulcral para o desenvolvimento da fala. Um padrão alimentar inadequado, desfavorece as funções motoras orais, resultando numa perturbação alimentar e articulatória.

Crianças com esta problemática têm complicações relacionadas com a motricidade orofacial (fraqueza nos músculos dos lábios, língua e bochechas) e as funções a elas relacionadas, como a respiração, sucção, mastigação, deglutição e articulação dos sons.

A alimentação é tratada no âmbito das funções estomatognáticas. Deste sistema fazem parte um conjunto de estruturas que exercem funções básicas, tais como: sucção, mastigação, deglutição, articulação e respiração.

Cada uma destas estruturas tem características que lhe são peculiares e que agem de forma conjunta, sendo que qualquer alteração dessas estruturas resultará num desequilíbrio generalizado.

O processo de diversificação alimentar da criança é das etapas mais importantes do desenvolvimento alimentar e envolve uma série de fatores.

A alimentação numa criança requer a prática e a aprendizagem de movimentos motores, da postura corporal, interação comunicativa com o cuidador, além de capacidades orais para apreender o alimento, morder, mastigar e controlá-lo na cavidade oral com uma capacidade sensorial preservada.

Uma criança que apresente dificuldades alimentares ao nível da diversificação alimentar pode ter problemas na introdução e tolerância de alimentos sólidos, bem como no prazer da refeição, o que pode contribuir para um atraso no desenvolvimento sensorial, alterações articulatórias (sons da fala) e alterações da motricidade orofacial.

Por esta razão, torna-se imprescindível o trabalho preventivo e a atuação do terapeuta da fala em crianças com perturbação alimentar decorrente de carência ou privação de adequada estimulação sensório motor oral.

A avaliação destas capacidades deve ser feita em equipa multidisciplinar.