O tempo de ecrã refere-se à quantidade de tempo que passamos a utilizar um smartphone, tablet, computador, televisor ou dispositivo de realidade virtual ou aumentada. Esse tempo de ecrã pode alterar o nosso Equilíbrio que, apesar de não ser dos 5 sentidos, representa o resultado da interação de 3 valências do nosso organismo:
Destes 3, a visão é a mais fácil de entender.
A proprioceção é a informação que vem dos nossos músculos e articulações e que mantém o nosso cérebro informado acerca da posição do nosso corpo.
A Informação Vestibular é o que permite, fundamentalmente (mas não só) manter o nosso alvo de visão estável independentemente dos movimentos da cabeça. Ou seja, se estivermos a olhar para um ponto na parede e rodarmos a cabeça 30° para a direita, os nossos olhos têm de rodar 30° para a esquerda para a imagem ficar parada. Esta capacidade reflexa depende da função do ouvido interno.
Muitas vezes somos expostos a situações em que estas 3 fontes não fornecem informação concordante. Um bom exemplo para percebermos melhor esta ideia é imaginar que viajamos no banco de trás de um carro. Estamos sentados (proprioceção indicando ausência de movimento), o ouvido interno sente as mudanças de aceleração do carro (movimento) e a visão não corresponde à sensação de movimento percecionada (habitáculo parado, visão periférica em movimento). Dependendo da capacidade de integração das várias informações (variável de pessoa para pessoa), podemos tolerar esta discordância sensorial, ou não, e desenvolver náusea, enjoo e vómito, como já aconteceu a praticamente toda a gente, pelo menos uma vez na vida.
Quando uma pessoa tem uma excessiva valorização da informação visual pode-se gerar uma incapacidade de ignorar as pistas visuais que se recebe no dia a dia, assumindo-as sempre como a principal fonte de informação de equilíbrio.
O mundo cada vez mais visual em que vivemos condiciona de forma determinante a valorização atribuída a esta modalidade sensorial. A exposição a estímulos visuais a que somos sujeitos diariamente é elevada e frequentemente excessiva, principalmente devido ao uso de smartphones e à exposição a ambientes de realidade virtual ou ecrãs 3D. Somos afetados, no nosso dia a dia, por uma quantidade muito elevada de estímulos, em abundância de cor, luz e movimento, que exponencia o seu impacto e se traduz numa sobrecarga sensorial.
A excessiva valorização do input visual pode levar a alterações na perceção e orientação espacial. Desta forma, podem surgir sintomas como:
Não raras vezes, temos pessoas na consulta que referem náusea, cefaleia e até mesmo tontura depois de uso prolongado do telemóvel ou computador pessoal, nomeadamente com atividades que requerem muito scroll (movimento vertical do ecrã) ou focagem alternada entre diferentes ecrãs. Embora inevitável, o tempo que passamos em frente a ecrãs deve ser reduzido ao mínimo indispensável.
A dependência visual é uma situação muito frequente e que afeta cada vez mais indivíduos em idade jovem. Nestes casos, o tratamento da Vertigem passa, fundamentalmente, pela mudança de hábitos e, caso necessário, por Reabilitação Vestibular.
A meningite é uma patologia que afeta sobretudo as crianças e que pode ter consequências graves. Fique a conhecer as variantes da doença e como a prevenir.
A Dra. Lídia Nunes Dias, Neurocirurgiã Pediátrica na Cintramédica, ajuda-nos a perceber o impacto do traumatismo crânio-encefálico nas crianças e como atuar.