Perturbações do Espetro do Autismo

data de publicação02 Abril 2019

O diagnóstico precoce das Perturbações do Espetro do Autismo nas crianças contribui para um crescimento e desenvolvimento mais saudáveis, assim como para o bem-estar dos seus cuidadores. Deste modo, a consciencialização para estas perturbações pode auxiliar na sua detecção precoce pela identificação dos sinais de alerta.

Atualmente, o termo Perturbação do Espetro de Autismo (PEA), engloba terminologia de diagnóstico outrora utilizada, como:

    • Perturbação Autística / Autismo;
    • Síndrome de Asperger;
    • Perturbações Pervasivas do Desenvolvimento / Autismo atípico.


A expressão clínica das PEA é bastante variável. No entanto, destacam-se alterações na relação, comunicação e a nível dos interesses demonstrados. Verifica-se sobretudo dificuldade no relacionamento social e no contacto afetivo com as pessoas.

    • Dificuldade na reciprocidade a nível social e emocional
      • Dificuldade em estabelecer um diálogo e iniciar ou responder a uma interação social, assim como partilha de emoções, afetos ou interesses.
         
    • Défice na comunicação não verbal e comportamento na interação social
      • Não estabelecer contacto visual, desviando o olhar
      • Dificuldade em usar ou compreender linguagem corporal
      • Ausência de expressões faciais na comunicação não verbal
         
    • Défice no desenvolvimento, manutenção e compreensão de relações interpessoais
      • Ausência de interesse no contacto com outras crianças
      • Desinteresse em fazer amigos e partilhar brincadeiras
         
    • Comportamentos restritivos e repetitivos
      • Insistência no que é igual, dificuldade de adaptação a novas rotinas - rigidez comportamental
      • Apresentação de interesses fixos e restritivos
      • Repetição de palavras ou frases (ecolália)
      • Movimentos motores repetitivos (estereotipias): como abanar as mãos, balançar o corpo ou rodar em círculos
      • Hipo ou híper reatividade a determinados estímulos sensoriais - resposta desfavorável a sons, toque excessivo a determinado objeto, fascínio obsessivo por luzes ou determinados movimentos.
         

"Os sinais estão presentes desde uma fase inicial do desenvolvimento da criança, no entanto podem manifestar-se totalmente apenas quando as exigências a nível social excedem o limite das suas capacidades (…)” (Associação de Psiquiatria Americana, 2013).

É importante procurar esclarecimento junto dos profissionais de saúde, já que o diagnóstico é realizado através da avaliação dos sintomas e sinais relativamente ao comportamento e desenvolvimento que a criança apresenta. Sinais que têm um impacto significativo a nível social, comunicacional, ocupacional, entre outras áreas do funcionamento humano.

Atualmente, não existe cura para as PEA, no entanto o diagnóstico precoce é essencial para que sejam adotadas terapias personalizadas e individualizadas que contribuam para um melhor desenvolvimento e adaptação social da criança. O envolvimento da família, cuidadores e educadores neste processo é essencial. A criança com PEA deve ser cuidada de forma holística, tendo em consideração o ambiente e as pessoas em seu redor.

 

Referências bibliográficas: