Medicina Estética: o que é e o que pode fazer por si

data de publicação08 Março 2023 autor do artigo
Amélia Feliciano  |  Pneumologista

A Consulta de Medicina Estética já está disponível na Cintramédica Bem-Estar. A Prof. Doutora Amélia Feliciano, médica de Medicina Estética, ajuda-nos a perceber no que consiste esta diferenciação médica e o que a distingue de outros serviços estéticos não-médicos.


Da beleza efémera à saúde que se vê por fora

A busca da beleza e de determinados arquétipos estéticos tem sido uma constante na história da Humanidade quer para homens como para mulheres. Nos últimos 100 anos, o aspeto físico tem ganho cada vez maior importância na cultura ocidental. Numa sociedade competitiva, um aspeto agradável e cuidado é sinónimo de sucesso pessoal. Progressivamente, tem-se começado a defender uma relação mais estreita entre Estética e Saúde, dando origem ao conceito de “beleza saudável”, que se manifesta na oferta do mercado da cosmética e dos conhecimentos desenvolvidos (e aplicados) pela Medicina Estética.

A harmonia e a proporcionalidade são palavras-chave de um aspeto facial e corporal atraente e cuidado, e as técnicas médicas, cosméticas e cirúrgicas têm-se aperfeiçoado cada vez mais para possibilitar uma beleza atrativa. Mas a beleza só por si é efémera e hoje também incorpora um conceito de saúde e bem-estar. Neste campo, tem ganho destaque a medicina antienvelhecimento e regenerativa.


Medicina Estética: objetivos

Com a introdução de técnicas e produtos médicos na área da beleza e dos cuidados antienvelhecimento, desenvolveu-se um ramo especializado da Medicina dedicada à restauração, manutenção e promoção da estética, saúde e bem-estar e que é a Medicina Estética.

A Medicina Estética é uma atividade médica especializada que tem como objetivo tratar todo o tipo de patologia, alteração estética (real ou percebida pela própria pessoa), aplicar técnicas para melhorar a estética e a beleza, mesmo quando não existe um inesteticismo. Outro dos grandes objetivos passa por prevenir o envelhecimento fisiológico e promover a saúde, o bem-estar físico, mental e pessoal.

 

Formação médica diferenciada

Atualmente, muitas técnicas de Medicina Estética são técnicas médicas de beleza e bem-estar com implicações terapêuticas, sendo por isso realizadas por médicos com formação específica nesta área. Os médicos estéticos estão aptos para praticar Medicina Estética, mas, como qualquer ramo da Medicina, devem ter formação adequada e manterem-se atualizados através de forma contínua.

A formação específica capacita os médicos para tratar todo o tipo de inestéticas faciais e corporais, aplicar técnicas para melhorar a própria imagem, atenuar os efeitos internos e externos do envelhecimento e aplicar os meios necessários para conseguir uma longevidade saudável. Mais uma vez, tal como em qualquer ramo da Medicina, o objetivo é promover o bem-estar físico, mental e social.
 

O que diferencia a Medicina Estética?

Com a divulgação dos cuidados estéticos, tem-se assistido a um aumento de profissionais que trabalham nesta área. Mas o que diferencia os médicos de Medicina Estética de outros profissionais de estética? Aqui resumimos alguns pontos importantes:

  1. Os médicos que exercem Medicina Estética têm uma formação alargada, continuada, adequada e reconhecida pelas entidades competentes
  2. Aplicam técnicas de diagnóstico e de tratamento no âmbito da Medicina Estética
  3. Aplicam técnicas de Medicina Estética com base científica e usam apenas os produtos e fármacos aprovados pelas entidades oficiais
  4. Procuram realizar apenas os tratamentos que conhecem amplamente e em centros clínicos reconhecidos, como a Cintramédica Bem Estar
  5. Dispõem de “Consentimentos Informados” dos seus pacientes antes da realização de qualquer procedimento médico-estético
  6. Procuram uma boa relação profissional com colegas médicos e com outros profissionais que podem contribuir com o seu conhecimento nos tratamentos multifacetados aos seus pacientes
  7. Não condicionam a sua atividade médica a compromissos comerciais
  8. Procuram manterem-se a par do avanço da Medicina Estética
  9. Pertencem a uma Sociedade Científica de Medicina Estética

 

A abordagem do médico estético

Antes da aplicação de qualquer tratamento, o médico estético escuta o que preocupa o doente mediante a realização de uma história clínica detalhada, além da exploração física. É mediante esta primeira avaliação que se determina o tratamento médico-estético a realizar. O médico estético utiliza meios complementares de diagnóstico clínico para uma avaliação adequada da patologia a tratar e recomenda um tratamento estético personalizado assente em evidências científicas. No âmbito do tratamento proposto utiliza produtos adequados e realiza técnicas seguras obedecendo a um protocolo de tratamento, propondo revisões sempre que necessário. Como qualquer tratamento em Medicina, nem sempre se consegue o resultado desejado. Em alguns casos estão descritas iatrogenias (efeitos adversos de um tratamento) e por isso o médico deve disponibilizar toda a informação ao paciente antes de realizar qualquer tratamento.
 

Áreas de intervenção

Atualmente são muitas as áreas do corpo humano que podem constituir o foco da Medicina Estética, como a pele, a circulação sanguínea e linfática, os sistemas endócrino e metabólico, o couro cabeludo, entre outros. Do mesmo modo, são inúmeras as queixas dos pacientes que podem ser abordadas pela Medicina Estética, entre as quais destacam-se os sinais de envelhecimento cutâneo, a pele seca e/ou sem brilho, as rugas, a flacidez cutânea e muscular, as pigmentações, as olheiras, a celulite, a retenção de líquidos, a gordura localizada, as cicatrizes, as estrias, a alopécia (perda de cabelo), os problemas circulatórios, as mãos envelhecidas e certas patologias cutâneas como o acne, o melasma (manchas castanhas na pele), a rosácea, entre tantas outras.

Segundo a Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética, os tratamentos estéticos não invasivos têm aumentado em todo o mundo nos últimos 4 anos, e este incremento é cerca de 10 vezes maior do que aquele ocorrido em intervenções “plásticas” invasivas. Adicionalmente, e como grande vantagem, os efeitos adversos destas intervenções são muito menores e nem chegam aos 0,5%.

 

Tratamentos em Medicina Estética

Existem mais de 50 técnicas intervencionistas em Medicina Estética que incidem no tratamento da face, corpo, mãos e cabelo. Dessas, são exemplo os peelings, a mesoterapia, o micro-agulhamento, a toxina botulínica, os fios de sustentação, o ácido hialurónico, a carboxiterapia, a laserterapia, a radiofrequência, entre muitos outros.

Em muitos protocolos de tratamentos médico-estéticos preconiza-se uma abordagem multidisciplinar, que pode envolver outras áreas, como por exemplo a Nutrição, o Estudo das Patologias do Sono ou a Cessação Tabágica, assim como a realização de várias técnicas complementares.

Além destes focos de atuação, o médico em Medicina Estética avalia ainda quais os cuidados que o paciente deve manter em casa e propõe um plano dermocosmético personalizado, para que se possa atualizar um novo padrão de “beleza saudável”.

Autor do artigo

Amélia Feliciano

Pneumologista